quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

[leva-me no teu coração]




Não queres estar sozinha, muito menos quando dormes. Há um desassossego dentro de ti ao qual ainda não consegui chegar. Talvez seja mesmo assim, talvez seja mesmo necessário para o teu crescimento. Mas não gosto de te ver aflita, sou tua mãe, não gosto. Queria chegar a esse desassossego e mitigá-lo, transformá-lo na certeza de que mesmo que estejas na tua cama sozinha, no colégio, onde quer que seja, estou contigo, sempre. Digo-to todos os dias, peço-te que me tragas no teu coração. E sei que um dia vais saber trazer todos os que amas contigo, mas por enquanto precisas que te segure a mão, que te diga a meio da noite que estou ali, estou mesmo ali. Por isso dorme filha, a mãe trata dos crocodilos, dos monstros, de todos os hipopótamos que vierem para te atormentar. 

E não faz mal ter medo, sabes? Enquanto o disseres, está tudo bem. 

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