sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

[o melhor do meu dia] esta reflexão

Passamos o tempo a mostrar-lhes que há limites. A pôr-lhes um travão. Para que no futuro lidem bem com um não, com a frustração, com as agruras da vida. Para que voltem a erguer-se depois de uma queda. Para que sejam pessoas com valores, com respeito por si próprias e pelos outros. Para que sejam felizes.
De repente há demasiado tempo que não dormimos mais do que quatro horas por noite, que estamos maltratados de tanto trabalho e correrias, de tantas tentativas de resolver birras a bem apesar de demorar mais tempo, de tratar delas quando estão doentes e dormem mal, comem mal, toleram mal, de passar mais tempo a apagar fogos do que realmente a produzir. De repente descontrolamo-nos, porque já não dá mais, já não conseguimos mais, já não há poder de encaixe. Depois, forçosamente vamos dar uma volta e pensar, um time out, como aqueles que lhe damos para ela se organizar e acalmar. Percebemos que fizemos também uma birra. Nós, que passamos o tempo a mostrar-lhes que há limites, também deles precisamos. Se calhar temos que escolher melhor as nossas lutas e não comprar todas as guerras. É que é pena que muitas vezes o limite seja o fundo, o drama, o filme de terror, em vez de sermos capazes de o definirmos para nós de forma sã e nos sabermos proteger a tempo, para nosso bem e para bem de todos.

3 comentários :

  1. que o melhor do teu dia de hoje se prolongue na tua (nossa) cabeça por muito, muito tempo.

    ResponderEliminar
  2. Tão verdade... ainda ontem eu fiz uma birra com ele, por causa do infinito «quero ir para casa do papááá». Dei por mim a dizer «então vais! vou ligar ao teu pai e ele que te venha buscar, já que queres assim tanto». Pá, temos sentimentos, nós, também... essa do «you're a mother keep smiling» para mim não dá...

    ResponderEliminar