quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Certa vez, numa das primeiras sessões de psicoterapia depois de ter sido mãe em que me queixava do meu cansaço e às vezes de alguma falta de paciência, a "minha" psicóloga disse-me assim: "Num avião, quando caem as máscaras de oxigénio, as instruções mandam que primeiro seja a mãe a colocar e só depois esta deve colocá-la ao seu filho. Uma mãe desmaiada, em nada pode ajudar. Uma mãe cuidada também será capaz de cuidar. Vamos por isso tratar da mãe, para que depois possa tratar da sua filha".
Foi das coisas que mais me fez eco, em anos e anos. E que me fez perceber que, muitas vezes, as preocupações e angústias que vemos nos nossos filhos e a forma como encaramos os seus problemas ou adversidades, nada mais são do que projecções das nossas próprias angústias, das nossas próprias incapacidades. Temos muito medo que o nosso filho se sinta só, quando nos sentimos sós, durante tanto e tanto tempo. E é preciso resolver-nos por dentro, as mães, os pais, as famílias, para sermos capazes de fazer crescer crianças saudáveis e felizes. 

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