quinta-feira, 4 de julho de 2013

A Penélope está viva

Provavelmente já quase ninguém se lembra da Penélope. Há muito tempo que não falo nela aqui. 
A Penélope Violeta é a nossa gata, e abandonou-nos. Leram bem. Quando saímos do nosso primeiro apartamento para outra casa, uma casa mesmo, com jardim e muros para saltar, esta felina não se fez de rogada. Pregou-me muitos sustos, porque passava noites fora de casa. 
A Penélope nunca se deixou domesticar verdadeiramente. Permitia festas de 5 segundos, nem mais, nem menos. Gostava da nossa cama, mas não do nosso colo. Mas depois tinha coisas fantásticas, como assim do nada vir esfregar-se nas nossas pernas e começar a ronronar. 
Nesta altura, a do começo da vadiagem, eu estava grávida da Bárbara e não sabia muito bem como ia ser a convivência entre as duas. Mas depois via a Penélope deitar-se sob o berço, ou dentro da pequena banheira e achei que era um esforço da parte dela, um esforço de aceitação. Mas isso sou eu, que não percebo nada de gatos. 
A Bárbara nasceu e a Penélope afastou-se. Começou a desaparecer por um, dois dias e noites, vinha comer e ia embora. A Penélope tinha uma casa amante. 
Depois mudámos outra vez de casa, e como foi para um apartamento que era perto, achámos que era cruel estar a privá-la de toda a liberdade que já tinha conquistado, para a fechar num T2 apertadinho sem hipóteses de fuga e deixamo-la ao cuidado dos meus pais, que com ela têm 5 gatos, a Micas, a Estrela, o Dempsey e o Clooney. E o Óscar, que entretanto morreu. 
Já mal a vejo e sinto tantas saudades daquela gata traiçoeira e mazona, que espetava a unha a cada oportunidade, mas que tem uma personalidade única e indecifrável. Os outros gatos fazem-lhe guerra e ela aparece mesmo muito pouco. Fico doida de ciúmes a pensar na família com quem ela vai ter e com quem fica dias a fio. Parvalhões. O que é que eles têm, que eu não tenho?´


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