segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A rentrée

Para nós não vai ficar marcada com o regresso à escola, que ainda é cedo. Nem com o regresso ao trabalho, que já aconteceu há algumas semanas. Mas saber que hoje tanta gente troca os chinelos de praia pelos fatos de trabalho faz-nos ir na onda. O dia de hoje sabe a regresso e eu não consigo deixar de pensar nos meus próprios regressos. Eu era bicho do mato, rato de biblioteca e não era preciso chegar ao primeiro dia de aulas para estar ansiosa para voltar à escola. Vibrava com o dia em que ia saber qual era a minha turma, sofria com a demora da divulgação do horário, queria cheirar os livros, conhecer os professores. Eu adorava a escola, porque era boa aluna. Era aplicada e tinha resultados. Não tinha muitos amigos, mas isso era outra história. Hoje sei que não teria sido preciso abdicar de nenhuma das coisas. 
O mais curioso desta altura é que é quando tomo as principais decisões. É em Setembro que me decido, que avanço. Não é no dia 31 de Dezembro que faço as minhas resoluções, o ponto da situação. É em Agosto, na praia. Talvez porque se me esvazia a cabeça, talvez porque me distancio de muito daquilo que faz parte da minha vida. E sem este tempo eu sinto uma falta muito grande, que é a de me reencontrar. Nunca me tinha apercebido tanto disto como este ano, depois de dois anos sem tomar um banho de mar. E porque tive uma filha, e de repente o meu papel desdobrou-se, o meu interior expandiu-se e eu perdi o medo de pensar nas coisas, porque perdi o medo de parar. Parar para pensar. E o que eu precisava disso.
Faço-me entender?

6 comentários :