sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Nome Daqueles

Na próxima sexta-feira, dia 3 de Dezembro, pelas 19h, O Nome Daqueles vai ser apresentado na Fnac de Stª Catarina. Para quem não pôde aparecer na Casa Barbot, tem aqui uma bela oportunidade. Vá. Ide.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

...

Chegar, deitar-se: por vezes os dois actos sucedem-se e encadeiam-se com tal rapidez como se entre ambos não decorresse, hesitante ou cegamente precipitada, aquela operação, um tanto mágica à força de tão simples, de primeiro se descalçar, de logo em seguida se despir.
Deitada de través em cima do largo divã, os seus braços tomam de súbito a postura de dois ramos oblíquos, na quase pânica expectativa de sentir-se adorada. Devagar os vai depois estreitando, até que ficam inteiramente estirados para trás; mas já as pernas entretanto começaram a reproduzir, em posição inversa, o grafismo da mesma letra.

"Um amor feliz", David Mourão-Ferreira

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pesadelo

Estava eu e mais alguns na beira do rio Douro, ao pé da ponte D. Luís, naquele sítio onde há sempre pescadores, mas nessa noite eles não estavam lá. A rua não era rua, mas sim uma berma estreita onde estendemos os sacos cama para dormir, mesmo mesmo à beira do rio. Estava lua cheia, mas a noite estava ameaçadora e nós vigiávamos. Foi então, que na outra margem, as árvores altas começavam a tombar, uma por uma. E a lua, apagou-se, porque o mundo estava prestes a acabar.

sábado, 13 de novembro de 2010

O nome daqueles

Para mim é muito mais do que um livro, porque antes de o ver assim, bonito, paginado, vi-lhe as palavras serem escritas em muitas noites, aquelas noites em que quando tu escreves, eu não falo e a gata não mia. E tu atreves-te a escrever assim, tens cá um desplante! Depois perguntas-me o que eu acho e eu só consigo dizer: é muito bom, gosto muito, está demais, ou fogo!..., mas isto soa-me a pouco inteligente perante aquelas palavras, escritas daquela maneira. É que se um conto teu tivesse correspondência material com uma obra minha, isso queria dizer que eu conseguia construir uma Sagrada Família ou uma Ópera de Sidney assim nas calmas e isso eu não sei se conseguiria aguentar. E como eu te conheço bem deveria ser capaz de dizer algo mais elaborado, digo eu.
Só que hoje foi o dia de estares ali sentado a dizer "eu fiz isto" e eu fiquei mesmo a rebentar de orgulho, muito muito feliz por ti. E ainda bem que tinhas ali duas pessoas ao lado para dizerem aos outros que bem que escreves de uma forma tão brilhante e eloquente.
De mim vais ter que continuar a contentar-te com um "Xinapá!". 
Sincero e do fundo do coração, isso posso garantir-te.

sábado, 6 de novembro de 2010

Mudasti?



Depois de muitos meses indecisos se iríamos continuar a caber nesta casa, ou se já estamos mesmo fartos do barulho dos vizinhos e do pouco espaço que temos, decidimos que vamos sair.
Entretanto, hoje começa o processo da mudança.  Ainda não sabemos bem para onde vamos, mas sabemos que daqui a duas semanas esta, que foi a primeira, vai deixar de ser a nossa casa.
Se estou triste?
Não, ainda não.